A EFICIÊNCIA DO PROCESSO DE ROLFING®- INTEGRAÇÃO ESTRUTURAL NA DIMINUIÇÃO DA DOR EM PACIENTE IDOSA COM LOMBALGIA CRÔNICA
Monografia do Curso de Pós Graduação apresentado ao Centro Universitário Ítalo Brasileiro, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista (lato sensu) em Rolfing®-Integração estrutural sob a
orientação do Prof. Dr. Pedro Otávio Barreto Prado
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao Prof. Dr., Pedro Otávio Barreto Prado, pela orientação precisa e incentivo na realização deste trabalho.
Agradeço a Profa. Dra., Emília Satoshi Miyamaru Seo, pela orientação metodológica.
Agradeço a Dayane Paschoal, pela sua atenção e dedicação carinhosa durante este processo.
Agradeço a Gustavo Korte Neto, um apaixonado pela ciência, pelo seu apoio e incentivo, ajudando-me a concluir esta meta
Não sei se meu corpo é alma
Ou se minha alma é que é corpo
Eu sei que as coisas da alma
Eu sinto é mesmo no corpo
E sei que as coisas do corpo
Vão até fundo na alma,
Eu não conheço a fronteira
Nem sei mesmo se ela existe.
Fundiu-se a alma no corpo
Viveu o corpo na alma
Maria Edith do Amaral Di Giorgi
RESUMO
O presente trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência do Rolfing®- Integração Estrutural, um método holístico, no tratamento de lombalgia crônica em sujeito idoso mulher e verificar se ocorre diminuição da dor em intensidade e freqüência. O processo de Rolfing® consistiu de quinze sessões de atendimento
individual, sendo dez sessões de Rolfing® estrutural, com manipulações miofascias e cinco, de Rolfing® Movimento. Os resultados mostraram que através da integração estrutural houve diminuição da dor lombar em intensidade e freqüência e melhora na qualidade de vida do sujeito. Atingindo-se valores nulos nas medições de intensidade e freqüência da dor lombar tanto na Escala Visual Analógica, assim como nas escalas de medição presentes nos Protocolos do Núcleo de Atendimento e pesquisa em Rolfing®. O estudo mostrou que proposta holística teve relevância no tratamento uma vez que a elaboração subjetiva da dor do sujeito, pelo sujeito esteve presente de forma ativa no processo de Integração estrutural e na repadronização
do movimento. Este estudo de caso mostra que, o Rolfing® foi eficiente no tratamento da lombalgia crônica em idoso.
Palavras chave: Rolfing®, integração estrutural, lombalgia crônica, dor, psicobiológico
ABSTRACT
This study aimed to evaluate the effectiveness of Rolfing® – Structural Integration, an holistic approach, in treating chronic low back pain and check if there is a reduction in pain intensity and frequency in an elderly female subject. The process of Rolfing® consisted of fifteen individual sessions, being divided in ten sessions of structural Rolfing® – myofascial manipulation and the last five sessions of Rolfing ® Movement. The results showed that the structural integration decreased back pain in intensity, frequency and improved quality of life of the subject. Reaching up null values in measurements of intensity and frequency of back pain in both the Visual Analogue Scale and in the scales part of the protocols used in the Rolfing ® Center for Assistance and Research. The study showed that the holistic proposal is relevant in the treatment of the subjective pain of the subject, since the process of repatterning was present actively in the structural integration and movement. This case study shows that Rolfing ® was effective in treating chronic low back pain in the elderly.
Keywords: Rolfing®, structural integration, chronic low back pain, pain, psychobiological
LISTA DE ILUSTRACÕES
Figura 1-Intensidade da dor lombarNAPER………………………………….……19
figura 1- variação da intensidade da dor lombar . Percepção da intensidade da dor no momento da EI, do RC e do RC/I, ao referir-se a dor inicial.
Figura 2- Freqüência da dor lombarNAPER………………………………………………………..20
figura 2- variação da freqüência da dor lombar, no momento da EI-“com freqüência” associado ao valor numérico(3), do RC-“nunca” associado ao valor numérico(0) e do RC/I-“vivia com dores” associado ao valor numérico (5)
Figura 3- Estado emocionalNAPER……………………………………………………………………20
figura 3- representa a variação do estado emocional no momento da EI, do RC e do RC/I ao referir-se ao emocional inicial pelos protocolos NAPER.
ótimo=5, bem=4, regular-3, ruim=2, péssimo=1
Figura 4- Intensidade da dor lombar- E.V.A.
…………………………………………………………21
figura 4- o gráfico mostra a variação da intensidade da dor lombar no decorrer do processo de Rolfing®, obtidos através da E.V.A
Figura 5- Freqüência da dor lombar/ “Houve manifestação da dor lombar? Com que freqüência?………………………………………………………………………………………………………
.22
figura 5- o gráfico representa a evolução da frequência de manifestação da dor lombar no decorrer do processo de Rolfing®. O valor numérico 4 está associado a resposta, quase sempre. O valor, 2 a resposta, `as vezes. E o valor, 0 a resposta, nunca.
0
1
2
3
4
5
Frequencia da dor lombar
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
EI- Entrevista inicial-NAPER
E.V.A. – Escala visual analógica
NAPER – Núcleo de Atendimento e pesquisa em Rolfing®
RC- Relatório do Cliente- NAPER
RC/I- Relatório do Cliente- NAPER, referindo-se a percepções ao início do processo.
S – sessão
SE – sessão estrutural de Rolfing®
SM – sessão de Rolfing® movimento
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO ………………………………………………….…………..…01
CAPÍTULO 2 REVISÃO DE LITERATURA …………………………………….…….….…04
2.1 Rolfing ………………………………………………………………………….…….….…04
2.2 Lombalgia …………………………………………………………………………..….….08
2.3 Dor ……………………………………………………………………….…………..….…..10
CAPÍTULO 3 CASUÍSTICA E METODOLOGIA ……………………………………………..13
3.1 Casuística .…………………………………………………………………..………..………13
3.2 Metodologia …………………………………..………………………………….………..13
3.2.1 Instrumentos utilizados……………………………………………………………………………13
3.2.2 Análise ……………………………………………………………………………………………………15
3.2.3 Procedimento…………………………………………………………………………………………..15
CAPÍTULO 4 RESULTADOS …………………………………………………………..…….18
4.1 Quantitativos ……………………………………………………………………………….18
4.2 Qualitativos………………………………………………………………………………………………..22
4.2.1 O processo ……………………………………………………………………………………………..22
4.2.2 Estrutura física, função e percepção ……………………………………………………… 23
4.2.3 Depoimentos …………………………………………………………………………………………. 24
CAPÍTULO 5 ANÁLISE DE DADOS E DISCUSSÃO …………………………………………… 29
CAPÍTULO 6 CONCLUSÃO……………………………………………………………………………… 32
REFERÊNCIAS ………………………………………………………………………………………………. 34
ANEXO A – Entrevista inicial(NAPER) aplicada ao sujeito ……………………….…..…..36
ANEXO B – Relatório final (NAPER) aplicado ao sujeito ………………………………….45
ANEXO C – Escala Visual Analógica aplicada ao sujeito ………………………………….51
ANEXO D – Memorando de Aprovação …………………………………………………….52
CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO
Sabe-se que a cada dez pessoas oito terão a experiência da lombalgia em algum momento de suas vidas. A lombalgia caracteriza-se pela manifestação de dor na região lombar . As causas da lombalgia podem estar relacionadas a postura, a esforços em excesso, patologias como hérnias discais, fraturas, defeitos congênitos, predisposições reumáticas, tumores, doenças inflamatórias entre outras, fatores geradores de desequilíbrio da coluna. Os casos crônicos de lombalgia são mais comuns em idosos e em geral há um contexto emocional e neurológico próprios, criados para a adaptação a esta condição. Os fatores considerados para o tratamento vão desde a condição fisiológica do paciente, da intensidade da lesão nas estruturas, da dor propriamente dita, das conseqüências adaptativas do sistema músculo esquelético para se conviver com a dor, até da
disposição para aprender e realizar exercícios físicos. Sabe-se ainda que no idoso o potencial de recuperação tende a ser menor. Assim, o trabalho indicado `a lombalgia crônica é o multidisciplinar e pode incluir, de acordo com as necessidades de cada paciente e o uso de medicamento, a manipulação estrutural, a educação do movimento para a melhora do quadro. São diversas as técnicas desenvolvidas em busca de uma solução para a lombalgia crônica e apesar de tantos tratamentos existentes, muitas vezes o que se pode esperar, não
é a cura propriamente dita, mas a melhora do quadro, dores menos intensas e/ou menos freqüentes, o que significa uma verdadeira melhora na qualidade de vida do sujeito (Gordon, 1995).
O Rolfing® é um método de integração estrutural desenvolvido por Ida Rolf a partir anos 40 embora suas pesquisas tenham se iniciado anos antes. As lentes de Rolf, a estrutura do corpo humano é composta não apenas por ossos e músculos mas também por uma certa ordem espacial entre os elementos do organismo, há um relacionamento entre as partes que juntas constituem o que é chamado homem (Schwind, 2008)
Na prática a atuação do Rolfing® se dá através da manipulação no tecido mio-fascial na estrutura de sustentação de tecido mole, na perspectiva de integrar o ser na gravidade, e trabalha o movimento do ponto de vista de uma coordenação efetiva e de sua adaptação neurológica `as mudanças estruturais. É devido a
integração do ser na gravidade que sempre que houver integração estrutural em um corpo, também haverá economia funcional neste corpo e sempre que surgir economia funcional em um corpo surgirá também integração estrutural neste corpo (MAITLAND; SULTAN, 1992, p.16).
O método prioriza o sujeito e sua totalidade e não sua patologia. Atua sob o olhar holístico que possibilita a cada um, ser um ser humano através da prática de transformar o corpo humano. Transformar o corpo humano integrando-o na gravidade, não apenas criar a possibilidade do bem estar, isto também cria a
possibilidade de um ser consciente, autêntico, em relação com os outros no mundo ( MAITLAND; SULTAN, 1992,p.17).
Diante desta problemática, a busca de um tratamento eficaz para a lombalgia crônica, esta patologia complexa, tem-se com objetivo verificar no presente estudo de caso, a eficiência do Processo de Rolfing®-Integração Estrutural na diminuição da dor em intensidade e/ou freqüência no sujeito da pesquisa, uma mulher idosa (70 anos) com lombalgia crônica.
A hipótese levantada é que, se a lombalgia crônica tiver origem no desequilíbrio da coluna, então, o Rolfing® que atua na integração do ser na força da gravidade e organiza a estrutura no espaço tridimensional, pode ser um método efetivo como tratamento para pacientes com lombalgia crônica e, com diminuição da dor em intensidade e freqüência.
O estudo de caso verifica a eficiência do método de Integração Estrutural através da análise dos dados obtidos pelo Guia de Entrevista e do Relatório Final dos “Protocolos de registro de atividade clínica do Núcleo de Atendimento e Pesquisa em Rolfing® (NAPER)1 que incluem medições de intensidade e freqüência de dor (anexos B e C), de instrumentos de medição como a aplicação da Escala Visual Analógica- E.V.A. (anexo D), que auxilia a aferição da intensidade da dor no paciente e de questões pontuais sobre a freqüência da manifestação da dor lombar, ambas no início de algumas sessões específicas, e ao final da última sessão. Além de depoimentos do sujeito feitos no decorrer do processo de Integração Estrutural.
Propõe a investigação causal dos acontecimentos, mediante a informação e a identificação de suas características essenciais, tal como se apresentam na experiência da consciência do sujeito e a explicação destes sustentadas ou não, pelos dados quantitativos. Inclui o método de pesquisa dito fenomenológico, que
atem-se a investigação dos aspectos intrínsecos do fenômeno as lentes do sujeito, durante o processo de Rolfing®, visa a compreensão pelo pesquisador dos significados dos acontecimentos atribuídos e percebidos pelo sujeito da pesquisa, livres das verdades definidas pela ciência da pesquisa (GIL,2009).
O estudo deste caso justifica-se pelo o potencial do método de Rolfing®-Integração Estrutural no tratamento para lombalgia crônica. O processo caminha na direção do equilíbrio dinâmico da estrutura física de movimento junto ao eixo gravitacional trazendo equilíbrio funcional diminuindo ou eliminando a necessidade das forças de compensação que intensificam a desestabilização da coluna gerando dor. O processo de integração, através do trabalho educativo, inclui ao paciente a possibilidade de adaptar novas possibilidades adquiridas, estrutural e funcional, no mundo em que vive.
1- O NAPER é um núcleo de pesquisa e atendimento, criado pela ABR com objetivo social para atender a população sem condições de atendimento em clinica particular. Realiza projetos junto a escolas e população carente. Em pesquisa investe na qualidade dos profissionais através da supervisão de professores, na discussão dos casos e no processamento das informações
CAPÍTULO 2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1- Rolfing
O Rolfing® – Integração Estrutural é um método desenvolvido por Ida Rolf que, no final da década de 20 veio a receber o título de doutora em bioquímica e fisiologia pela Universidade de Columbia. Rolf havia interesse e também conhecimento em ioga, osteopatia e homeopatia. Embora já estivesse trabalhando
no método, desenvolvendo-o empiricamente, desde os anos 40, foi nos anos 50 em Esalen, que este começou a ganhar popularidade. Junto a outras escolas fez partedo movimento que fora chamado de “psicologia humanista”.
Segundo esta concepção, a atenção que o indivíduo focaliza em um certo evento é determinada pelo modo como cada um percebe o seu mundo, não na realidade comum. Deste modo, o indivíduo não reage a uma realidade absoluta, mas a uma percepção pessoal dessa realidade. Essa percepção é para cada um sua realidade
(SIQUEIRA, 2011).
O objetivo de Rolf ao desenvolver o método era melhorar as funções (gestos, movimento), modificando a estrutura (Feitis,1986). Em sua definição, a estrutura não é formada apenas pela existência de ossos e músculos mas por uma certa ordem espacial entre os elementos do organismo, pela relação entre as partes
deste, que juntas constituem um todo ao qual chamamos de homem (Schwind, 2008). O Rolfing® “é um método físico para produzir um melhor funcionamento dohomem através do alinhamento das unidades do corpo”, é a integração estrutural na gravidade através de manipulações na fáscia (ROLF, 1999, p.15).
A fáscia é composta pelo tecido conjuntivo, nossa estrutura de sustentação de tecido mole, o tecido de conexão entre as partes, músculos, tendões, ligamentos e etc. É formada por uma rede contínua de fibras de colágeno e elastano, e substância fundamental interfibrilar, é um conjunto membranoso extenso no qual
tudo está ligado em continuidade com alto grau de interconectividade, é uma entidade funcional (Prado,2006).
Myers explicita está idéia, refere-se a fáscia e sua interconectividade ao falar de nossa “rede em uma direção relacional’ e contextualiza visão de integração proposta pelo Rolfing. O esforço de operar nossa rede em uma direção relacional pode a princípio soar vago quando comparado a ações concisas ‘se…então…’ dos mecanicistas. Porém essa nova visão leva a estratégias terapêuticas integrativas eficientes que não só incluem a mecânica como vão além de dizer algo sutil sobre o comportamento sistêmico do todo que não é previsto pela ação da soma de suas partes (2001,p.3).
É sobre este conceito de homem que se baseiam os Princípios de Estrategização do trabalho em Rolfing® uma vez que se busca organizar um corpo na gravidade. São cinco princípios que constituem as condições fundamentais para trazer o individuo na direção da integração estrutural. Definem as regras, governam
a prática do Rolfing® e estabelecem as prioridades lógicas do trabalho. São estes:
1- Holismo: que afirma que nenhum outro princípio pode ser atingido a menos que todos sejam atingidos. Que nenhuma parte do corpo é mais importante que outra para a organização do todo que o todo em si, que nenhum componente do corpo pode ser adequadamente compreendido quando isolado do todo e que toda
intervenção afeta a organização e o funcionamento da estrutura como um todo na gravidade. Vê o corpo com uma unidade onde uma disfunção somática, reflete-se em todos os aspectos do ser. “Nenhum componente do corpo pode ser adequadamente compreendido quando isolado do todo e de sua relação com o ambiente” (Prado, 2006, p 41). 2- Palintonicidade: refere-se a ordem espacial na estrutura humana. 3- Adaptabilidade: toda as intervenções realizadas na estrutura, no corpo, devem ser capazes de serem assimiladas, integradas pelo todo. (Maitland; Sultan, 1992). 4- Suporte: a nível mecânico é a base que permite o alinhamento
estrutural na gravidade, por exemplo, os pés como suporte para a pelve. Onde, a ordem dos pés, pernas e pelve trazem ordem e economia funcional `a coluna e aboa sustentação da cabeça aumenta ou diminui dependendo da organização do complexo axial. Há também o suporte na percepção, na orientação espacial e
no aumento de consciência da sensação de seus pés, o que ajuda a aumentar a consciência de postura e de equilíbrio[…]. Num outro nível a consciência de um padrão ou o próprio suporte terapêutico podem ter uma dimensão d auxiliar no suporte para uma mudança nos níveis estrutural e funcional (PRADO, 2006,p 42)
5- Fechamento: é alcançado quando o sujeito é capaz de sustentar as mudanças somáticas e perceptivas introduzidas, na sessão ou ao final do processo, considerando-se as limitações presentes no tempo e no espaço. “[…] Refere-se ao momento da maior integração disponível,[…] ao grau de apropriação ocorrida ou ainda necessária para se chegar ao momento de fechamento do processo (Prado, 2006, p 44).
Vale ressaltar que o trabalho de Integração Estrutural é um trabalho de terceiro paradigma , diferença de fundamental importância em relação a outras formas de tratamento. Nesta visão temos três modelos de tratamento, três paradigmas. No modelo do primeiro paradigma, o olhar é voltado para o alívio da dor
de um desconforto, por exemplo através de um relaxamento, traz um bem estar. O segundo, é um modelo corretivo, que visa corrigir alguma falha, como um desalinhamento, uma disfunção mecânica, limitações articulares, problemas em grupos musculares ou mesmo de movimento. No terceiro, e onde se situa o
Rolfing®, as disfunções de movimento ou falhas de alinhamento são vistas e tratadas como pertencentes a um padrão unificado, o olhar é voltado para o todo, para o ser para a integração do ser. O objetivo aqui, é desenvolver padrões posturais e de movimento que sejam mais eficientes do ponto de vista neuromuscular e funcional (neste paradigma, dito integrativo não se exclui necessariamente os outros dois paradigmas) (MAITLAND; COTTINGHAM,1997).
Nas palavras de Maitland e Sultan […] sempre que houver integração estrutural em um corpo, também
haverá economia funcional neste corpo e sempre que surgir economia funcional em um corpo surgirá também integração estrutural neste corpo(1992,p.16).
Hoje, o Rolfing® compreende também a educação do movimento ,o Rolfing® movimento desempenha um forte papel na repadronização neurológica. Quando se fala em estrutura esta se falando também em função, nesse sentido é necessário que o sujeito perceba e tome consciência disto durante o processo, caso contrario é bem provável que os padrões de movimentos habituais continuem agindo da mesma maneira. A educação do movimento é realizada durante o processo através de exercícios de percepção e de coordenação que ajudam o paciente a se apropriar de suas conquistas. Assim, é feita ponte entre os padrões habituais de movimentos e as novas possibilidades de movimento que a estrutura integrada oferece, habilitando o sujeito a lidar com seus próprios recursos no mundo em que vive.
Ainda nas palavras Maitland e Sultan a Integração Estrutural proporciona ao sujeito: […] Ser um ser humano através da prática de transformar o corpo humano. Transformar o corpo humano integrando-o na gravidade, não apenas criar a possibilidade do bem estar, é criar também a possibilidade de um ser consciente, autêntico, em relação com os outros no mundo (1992,p.17).
Ao passar pelo processo de integração estrutural, o equilíbrio do ser é alterado a partir sua estrutura, pela nova conexão com eixo gravitacional e consequentemente, suas referências de auto-percepção e de sua relação com o mundo são afetadas , como diz, Prado, Alterando-se nosso equilíbrio estático e dinâmico, alterando-se a posição do corpo e os nossos movimentos, os afetos posturalizados mudam todas as referências de nossa relação com o mundo e, no mesmo ato, modificam-se todos os parâmetros de nossa relação conosco mesmo (2006, p.429).
Da mesma forma diante de um novo equilíbrio, funcional, o ato reflexo pensamento-experiência atua naturalmente na repadronização neurológica, como decorrência ocorre alteração de percepção de si e do ambiente e que por sua vez afetam a estrutura. Estamos falando da óptica do ser psicobiológico onde os
aspectos físico, psicológico e emocional estão integrados em si, como cita Prado, “Nesta perspectiva, estrutura, função e comportamento são aspectos de uma mesma realidade. A experiência do homem e sua manifestação estão correlacionadas e são simultâneas” (2006, p.429).
Ao trabalhar a integração lidamos ainda com o que se chama de “circulo do ser”, que integra os aspectos mental, espiritual, emocional e físico. Naturalmente somos levados a ampliar esta visão, uma vez que fazemos parte de um ambiente social e cultural. Embora o circulo do ser não faça parte da receita clássica do
processo do Rolfing®, sabe-se que a relação com o campo social afeta as estrutura fascial e portanto pode torna-se parte integrante do processo (CASPARI; ZORN, 2003).
Enfim, “O Rolfing® procura tornar a pessoa adaptada `as condições singulares do seu corpo em determinado ambiente, e, sempre que possível, possibilitar o reconhecimento desta mudança, através da consciência proprioceptiva” (Merlino,, 2005, p.11.), gerando “[…] novas atitudes e diferentes estados de
prontidão para a ação e para as formas de relação consigo mesmo e para com o mundo”(PRADO,2006,p.428)
2.2 Lombalgia
A lombalgia caracteriza-se pela manifestação de dor na região lombar. As causas da lombalgia podem estar relacionadas a postura, esforços em excesso, patologias como hérnias discais, fraturas, defeitos congênitos, predisposições reumáticas, tumores, doenças inflamatórias entre outras.
Existe também, um outro fator causal para essa síndrome dolorosa, sem uma alteração morfológica definida significativa, que pode ser caracterizado dentro de um contexto psicogênico, remetendo a
morbidades psiquiátricas, como depressão, ansiedade e baixa autoestima (COSTA; FONSECA; FERRÃO; ZYLBERSZTEJN, 2008, p.192).
A manifestação da dor lombar vai ocorrer quando a estrutura ou tecidos forem danificados ao sofrer uma pressão desigual e permanente concentrada em uma única área sem oferecer resistência (sobretudo nos tecido enervados como os da coluna), o que está relacionado a postura, a nossa ordem funcional (Dolan;
Adams, 2001). Desta forma, “o que faz uma coluna ‘ruim’ é algum tipo de instabilidade ou desequilíbrio” (NEWTON, 2004, p.8).
No tratamento da lombalgia o objetivo é encontrar a estabilidade e o equilíbrio
da coluna. Para isto, diversos fatores são considerados relevantes, desde a
condição fisiológica do paciente, a intensidade da lesão nas estruturas, a dor
propriamente dita, as conseqüências adaptativas do sistema músculo esquelético
para se conviver com a dor e inclusive, a disposição do paciente para aprender e
realizar exercícios físicos(GORDON,1995).
Quando se fala de lombalgia crônica é um consenso que para a eficiência do tratamento o trabalho deve ser multidisciplinar, podendo incluir medicamentos, treino físico, alongamento, tratamento psicológico, educação do movimento e tempo para atividades de lazer. A lombalgia crônica, comum em idosos, raramente encontra uma cura total, primeiro porque os tecidos envolvidos acabam , pela própria fisiologia, tendo pouca irrigação sanguínea, e não se recuperam facilmente e segundo pela adaptação psicológica e neurológica criadas para se conviver com a dor, que acabam tornando-se padrões e perpetuando as disfunções. Assim, muitas vezes o que se pode esperar, não é a cura propriamente dita, mas a melhora do
quadro, dores menos intensas e/ou menos freqüentes, o que significa uma verdadeira melhora na qualidade de vida do sujeito (GORDON,1995). Assim o primeiro passo para tratar a lombalgia é cuidar da coluna. Um dos pilares para o equilíbrio da coluna e portanto para a saúde da coluna lombar é atribuído a coordenação entre músculos multifídios e transverso do abdome. Tal coordenação é responsável pela estabilização da coluna lombar uma vez que as fibras desses músculos são horizontalizadas e localizadas nas articulações lombares e sacrolombares e não agem na relação entre tórax e pelve, portanto não são responsáveis por movimentos de grande amplitude como flexões ou extensão do tronco. Os multifídios são inseridos próximos ao centro da articulação das vértebras portanto produzem movimentos mínimos. Assim, numa coluna lombar saudável os movimentos do tronco são realizados por músculos mais superficiais e maiores, e
pressupõem uma coluna lombar estabilizada e firme através da co-contração dos multifídios e do transverso abdome. É importante citar que a eficácia da coordenação depende do controle do sistema nervoso, o que vai possibilitar que a estabilização das articulações aconteçam antes da ação, do movimento.
“Estabilização é pré movimento” (Newton, p.10, 2004). Esta ordem na seqüência das ações pode ser adquirida através do trabalho de reabilitação que […] compreende um componente sinestésico educativo; aprender a sentir a sensação sutil do pré- movimento. Isto parece causar impacto nas conexões e no tempo de acontecimento dos eventos no sistema nervoso e leva ao desenvolvimento da função de estabilização (NEWTON,2004, p. 11).
Também para Lee (2010), para garantir o funcionamento saudável da coluna, é necessária, a boa coordenação entre os músculos transverso do abdômen, multifídios, incluindo o assoalho pélvico e diafragma , que por sua vez traz o equilíbrio e a sustentação da coluna lombar e delimita o core, um “lugar”.
Em seu ponto de vista a lombalgia provém da nossa incapacidade de fluir com a força da gravidade dentro de um equilíbrio funcional muscular, onde o individuo perde a habilidade de resistir a gravidade estando de pé , sentado ou em movimento.
Quando as forças de compressão são maiores do que as costas podem suportar, o sistema muscular não aguenta, os discos intervertebrais começam a ser pressionados e engordar e as articulações se desgastam. A força de oposição `a gravidade não consegue agir de maneira eficiente e essa ineficiência do sistema muscular é expressa muitas vezes pela dor (LEE, 2010). Assim, o modo de se estar de pé ou mover-se depende da efetividade da transferência de peso de uma perna para outra quando necessário, de como a força da gravidade é transferida através da região lombar para a pelve e para ambas as pernas. Desta forma, o funcionamento de nossa estrutura se dá através de uma tensão integrada, e este equilíbrio é o que nos torna capaz de resistir saudavelmente `a gravidade.
Falamos até aqui sobre a estabilização e do funcionamento saudável da coluna lombar, mas é importante lembrar que todo o corpo se organiza para que isto possa acontecer, […] na maioria das situações a estabilização está ocorrendo em múltiplas áreas ao mesmo tempo. Por exemplo enquanto o sistema
do transverso está trabalhando para dar suporte `as lombares, o longo do pescoço está fazendo um trabalho similar nas vértebras cervicais. O vasto medial estabiliza a patela, enquanto o serrátil anterior age para estabilizar as escapulas para os braços” (Newton, 2004 p.13).
Sabe-se ainda que nossa sensação de peso e nossa orientação espacial exercem um papel muito importante, “a função de estabilização também esta acontecendo em relação a manutenção do equilíbrio na gravidade em todo corpo[…] e em relação ao nosso próprio senso proprioceptivo[…] ( NEWTON, 2004, p13).
2.3 Dor
A dor foi definida como uma sensação que surge quando há ameaças de lesões nos tecidos, permitindo que os mecanismos de defesa sejam ativados. “Sentila é fundamental para manter a integridade do organismo” (Varella, 2010). Um circuito complexo de fibras nervosas conduzem sinais a medula espinhal e dali, ao córtex cerebral, onde o impulso será percebido e interpretado. O organismo precisa da dor para defender-se mas o processo não pode ser perpetuado por isso existem os mecanismos de inibição da dor que pode ser aguda ou crônica. A dor aguda tem uma duração limitada de tempo associada ao período de recuperação do organismo ao evento que está causando a dor. As dores crônicas podem ser devidas tanto a
desordens do sistema responsável pela percepção quanto da inibição da dor (Varella,!#+”+). A dor crônica é aquela que persiste após o tempo razoável para a cura de uma lesão, pode vir a durar meses e até anos, tende a desenvolver um ajuste a esta condição através do sistema nervoso simpático, gerando alterações psicológicas como irritabilidade e depressão, insônia , alterações de apetite, além de influenciar negativamente na auto-estima (Bravim, 2011).
É um fenômeno complexo e com variantes multidimensionais (biofisiologicas, bioquímicas, psicossociais, comportamentais e morais)”!!,-./01.2#++%3.
A conceituação da dor foi se modificando através do tempo. Tradicionalmente era vista simplesmente como resultante da extensão da lesão tecidual, apenas na dimensão sensorial e linear (Lordelo, 1999). Atualmente considera-se os fatores emocionais e psíquicos como relevantes na constituição da dor.
Segundo Moreno, uma das teorias que explica os mecanismos da construção e efetivação da dor, foi desenvolvida em 1965 por Melzack , A Teoria da Comporta, a qual defende que os processos psicológicos influenciam na percepção da dor, ao agirem no mecanismo de comporta espinhal, pelo que “algumas dessas atividades psicológicas devem abrir a comporta e outras fecham”(1976,apud. MElZAK; WALL, 2011). Essa teoria refere-se ao sistema nervoso centra(SNC) apenas como modulador, não abrangendo as mudanças, a longo prazo, que podem ocorrer no SNC em resposta ao estímulo nociceptivo ,#++%).
Assim, perceber a dor é fazê-la existir, é entrar em contato com ela.
Entretanto como explica Nestvogel, o mecanismo de percepção é um mecanismo ativo. Esta ação, pode engendrar um movimento gerador de um ciclo de criação de percepções e de percepções criativas, processo que envolve a mediação do meio ambiente e do sistema nervoso pelo nosso corpo. O ambiente pode afetar nosso humor e nosso nível de ativação. Muitas de nossas informações do meio ambiente são uma mistura inseparável de interocepção e exterocepção, uma fusão de nosso corpo , nossa psique e de nossas ações que geram e manifestam os padrões das células cerebrais (2011). Neste raciocínio o movimento perceptivo, ativa nosso sistema nervoso (S.N.) e é parte constitutva da neuroplasticidade, é um processo ativo que depende de fatores externos, ambientais, e internos os quais a estão continuamente interagindo e influenciando consideravelmente nosso humor, nosso nível de tensão e sensibilidade e portanto na sensação de dor. Estudos fisiológicos e comportamentais mostraram que a neuroplasticidade (capacidade neuronal de gerar mudanças na condução de estímulos) desempenha papel fundamental no processo doloroso, na transmissão, na modulação, na memória e na correlação com outras funções, além de que isso ocorre nas vias centrais e periféricas nos estados de dor persistente.(1999,apud MILAN, 2011). […] . A existência de vários tipos de dor é possível de ser compreendida como variabilidade individual na identificação da
nocicepção, da percepção dolorosa, do sofrimento e do comportamento doloroso ( 2003, apud GOZZNI, 2011).
Portanto, respostas afetivas e emocionais podem estar junto às características sensoriais do estímulo, ao passo que aspectos psicológicos e sensoriais da dor estão interligados através de vias nervosas (2003, apud RHAMAM, 2011) ,-./01.2!#++%).
Desta forma entrar em contato com a dor traz a possibilidade de criar novas conexões nervosas por vias físicas, emocionais ou psíquicas e transformá-la
CAPÍTULO 3 CASUÍSTICA E METODOLOGIA
3.1 Casuística
Foi realizado um estudo de caso sendo o sujeito, M. G., uma mulher de 70 (setenta) anos, nascida em 06/ 07/ 1939. Divorciada mãe de 04(quatro) filhos, com de nível formação escolar universitário incompleto. Aposentada como secretária executiva desde 2003, dedicada as tarefas do lar na época em que participou do
estudo.
Apresentou quadro de lombalgia crônica.
3.2. Metodologia
Foi realizado um estudo de caso onde:
3.2.1 Instrumentos utilizados
1) Guia de Entrevista Inicial – NAPER – (Anexo A)
a) medição de intensidade de dor – escala com variação de 0 a 10, sendo que o valor 0(zero) indica ausência de dor e valor 10(dez) indica dor intensa
b) medida de estado emocional e de avaliação do processo de Rolfing® – escala variando entre ótimo(5), bem(4), regular(3), ruim(2) e péssimo(1)
c) perguntas sobre freqüência/ periodicidade da dor lombar
d) depoimentos do cliente, realizados durante a entrevista.
2) Relatório do Cliente- NAPER- (Anexo B)
a) medição de intensidade de dor – escala com variação de 0 a 10, sendo que o valor 0(zero) indica ausência de dor e valor 10(dez) indica dor intensa b) medida de estado emocional e de avaliação do processo de
Rolfing® – escala variando entre ótimo(5), bem(4), regular(3), ruim(2) e péssimo(1) c) perguntas sobre freqüência/ periodicidade da dor lombar d) depoimentos do cliente, realizados durante o relatório.
3) Escala Visual Analógica- E.V.A., que permite uma aferição fidedigna da medição da intensidade da dor. Varia de 0 a 10, sendo que o valor 0(zero) indica ausência de dor e valor 10(dez) indica dor intensa (Anexo C), apresentadas pela pesquisadora e rolfista no início das sessões 1, 4, 8 e 10 de manipulação miofascial
e ao final da 15ª S, término do processo de integração estrutural
4) Questões sobre a freqüência da dor realizadas pela pesquisadora e rolfista
no início das sessões 1, 4, 8 e 10 de manipulação miofascial e ao final da 15ª S,
término do processo de integração estrutural
a) Sentiu dor lombar no período entre as sessões?
b) Com que frequência?”
5) Depoimentos feitos pelo sujeito da pesquisa durante as sessões ao longo do processo de Integração Estrutural.
6) Leitura Corporal utilizando-se os seguintes modelos :
a) Linha : “refere-se ao eixo vertical que divide o corpo em metade direita e esquerda” e frente e traz ajudando a perceber desequilíbrios de peso para um lado ou outro e deslocamentos para frente e para traz
da linha (Mattoli, 2009, p 37 ).
b) Blocos : onde o corpo é dividido em blocos sendo os maiores,cabeça, o tórax, a pelve e a perna, podendo estes serem subdivididos em blocos menores, no qual observa-se o alinhamento destes em relação a gravidade e que, junto ao modelo da linha nos permite ver rotações, é um modelo tridimensional ( ROLF, 1999).
c) Grade: modelo geométrico onde através de linhas horizontais e verticais superpostas a constrói-se um gradeado imaginário, que nos permite “verificar a relação das horizontais com as verticais” (Mattoli,
2009, p37).
d) Funcional – G e G’: desenvolvido por Hubert Godard, nos permite observar nossa função dinâmica, nosso equilíbrio a partir da relação entre dois centros de gravidade denominados , G e G’, situados no centro da pelve e no centro do peito, respectivamente. São dois centros de peso, com orientações de direção distintas, G orientado ao substrato, ao chão e G’ orientado ao espaço, centros a partir dos quais podemos projetar nosso movimento e nos mover. O equilíbrio entre G e G’, demonstra equilíbrio em nossa respiração que é conseguida também através do equilíbrio de nossas percepções (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ROLFING®, 2009, p52).
3.2.2 Análise
Além da análise dos dados quantitativos os dados colhidos receberam uma leitura fenomenológica, que atem-se a investigação dos aspectos intrínsecos do fenômeno as lentes do sujeito, visando a compreensão pelo pesquisador dos significados dos acontecimentos atribuídos e percebidos pelo sujeito da pesquisa,
livres das verdades definidas pela ciência da pesquisa (GIL,2009).
3.2.3 Procedimento:
O sujeito foi recebido pelo NAPER e direcionado `a pesquisadora e rolfista em formação Ana Maria Gilioli para ser atendido como cliente de classe pelo método Rolfing® de Integração Estrutural no curso de formação de rolfistas na Associação Brasileira de Rolfing®, com supervisão dos professores Mônica Caspari
e Marcelo Muniz.
O atendimento foi realizado em uma sala com outros 04(quatro) rolfistas e clientes nas mesmas condições. Cada rolfista dispunha de uma maca e dois bancos, um para ele e outro para o sujeito, constituindo um “setting” de atendimento para cada rolfista.
O processo constou de 15 sessões de atendimento individual, cada uma com01 hora de duração, sendo 10 de manipulação miofascial, chamadas de sessões estruturais e 5 de técnicas funcionais, ditas de movimento. As sessões seguiram o protocolo básico de atendimento em Rolfing®, “a receita”, com estratégias criadas e
adaptadas `as necessidades do sujeito a cada sessão(S). A “receita” consiste de um protocolo elaborado por Rolf (feito para garantir a transmissão dos ensinamentos da técnica aos seus alunos). Inicialmente consistia de 10 sessões de atendimento com objetivos precisos para se alcançar a integração estrutural na gravidade através da manipulação miofascial, sendo as 3 ultimas sessões, integrativas, focadas no “todo”.
A cada sessão de manipulação no tecido conjuntivo aplicadas ao sujeito pela rolfista, houve a integração e fechamento do trabalho realizado neste na maca, através de exercícios de percepção. As outras cinco sessões incluídas ao protocolo básico advindas de sua evolução são de Rolfing® Movimento, nas quais se aplicam
técnicas funcionais, com exercícios práticos de movimento e de percepção, otimizam a integração estrutural atuando na repadronização neurológica, quando realizadas junto a receita básica durante o processo, são educativas ( Prado, 2004).
No início do processo foi realizada a leitura corporal global, a análise estrutural e funcional do sujeito e durante este, leituras corporais e funcionais específicas sessão a sessão utilizando os modelos de leitura descritos acima. Foram considerados aspectos emocionais, referências psicobiológicas do sujeito revelados
pelo sujeito, como “sentir-se péssima” em conseqüência da manifestação de uma dor lombar. A primeira sessão incluiu uma entrevista feita pela rolfista ao sujeito, baseada no guia de Entrevista Inicial do NAPER ,onde o sujeito afirmou ter buscado o Rolfing® para “sentir-se melhor” e na qual devido a revelação da intensidade e freqüência de uma dor na região lombar, revelou-se um quadro de lombalgia crônica.
No início das sessões 1, 4, 8 e 10 de manipulação miofascial e ao final da 15ª S, término do processo de integração estrutural o sujeito foi apresentado a E.V.A. e `as questões sobre a freqüência de manifestação da dor lombar. Ao término do processo de Integração Estrutural respondeu junto a pesquisadora o Relatório do Cliente- NAPER. No decorrer do processo foram colhidos depoimentos espontâneos do sujeito, sobre sua percepção do desenvolvimento do caso .
Desta forma do início ao fim deste procedimento experimental, foram sendo recolhidos dados qualitativos (depoimentos do sujeito, entrevista inicial e relatório do cliente) assim como quantitativos (escalas de medição NAPER e E.V.A.) ambos base para a análise discussão do caso
CAPÍTULO 4 RESULTADOS
4.1 Quantitativos
Entrevista inicial- NAPER (EI): Ao responder a entrevista inicial antes do início das intervenções, M.G. afirmou que buscou o Rolfing® para “sentir-se melhor”.
Declarou não haver nenhuma limitação física e sentir-se bem . Queixou-se de fazer tudo correndo e de seu corpo segui-la sem conseguir parar.
Diante da pergunta sobre ter alguma dor, silenciou-se. Afirmou não ter, não possuir, nenhuma dor. Dispunha desde criança de um recurso para lidar com a dor que aprendera com seu pai, de que “a dor não nos pertence, ela passa por nós e assim como vem vai”. No entanto, sentia a mais de vinte anos uma dor lombar com intensidade oito(08)(fig.1), na escala medição de intensidade de dor, na época do estudo, que manifestava-se toda vez que permanecia sentada por algum momento, apresentando um quadro de lombalgia crônica. Esta dor a afetava fortemente, deixando-a ”péssima” física e emocionalmente. O recurso que dispunha para lidar com essas questões quando necessário era “sacodir a cabeça, circular e esperar passar”. Disse sentir-se emocionalmente “bem”(3), diante da escala de avaliação emocional contida na entrevista inicial, mas chorou ao responder, evidenciando uma certa fragilidade.
Relatório do cliente- NAPER (RC): No término do processo de integração estrutural, ao responder o relatório do cliente atribuiu o valor zero(0) (fig. 1) diante da escala de medição de intensidade da dor lombar.
A periodicidade da manifestação desta dor era “zero”(0)(fig.2).
Afirmou diante da escala de medição de estado emocional sentir-se “ótima”(5) (fig.3).
O que chamou mais sua atenção foi a mudança postural, percebeu que o Rolfing® a ajudou em outros aspectos sem saber como precisar: “melhorou no corpo inteiro, não só na coluna”. M.G. afirmou ter vários recursos para lidar com as dores embora não as sentisse.
Disse ter atingido seus objetivos e achado o processo de Rolfing® “ótimo” diante da escala apresentada de avaliação do processo de Rolfing® e comentou: “Fiquei super bem nos três aspectos, principalmente o físico”, “Aprendi tudo de novo, andar, a postura… e a gente não esquece, quando vaiesquecendo lembra. Achei que ia ser pouco que não ia adiantar, mas a gente lembra”. Na mesma escala, afirmou ter sido “ótimo” trabalhar com a rolfista: “excelente rolfista , não podia ser melhor”. Descreveu o Rolfing® Integração
Estrutural dizendo : “ supera qualquer ginástica e fisioterapia”.
No relatório do cliente existem algumas questões, cujas respostas são apresentadas a seguir, que pedem ao sujeito responder as mesmas questões sobre, o motivo que o levou ao Rolfing®, a intensidade e freqüência da dor lombar e de seu estado emocional de antes do processo, ao final deste. Assim ao responder o
Relatório do Cliente referindo-se a estes quesitos antes do processo de Rolfing®(RC/I), sobre os motivos que a levaram a procurar o Rolfing® M.G. acrescentou, a sua resposta inicial “para sentir-me melhor”, “para sentir menos dores na coluna”. Em relação a intensidade da dor lombar, referiu-se a dor inicial atribuindo o valor “dez”(10) diante da escala de medição de intensidade de dor.
figura 1- percepção da intensidade da dor no momento da EI, do RC e do RC/I ao referir-se a dor inicial
A variação da intensidade da dor lombar medidas pelos protocolos do NAPER está apresentada na figura acima Quanto a freqüência da dor lombar ao final do processo de Rolfing® referindo-se a freqüência de manifestação desta no RC/I disse que antes “vivia com dores” como mostra a figura seguinte ao associar as expressões do sujeito a valores numéricos.
figura 2- freqüência da manifestação da dor lombar no momento da EI-“com freqüência” associado ao valor numérico(3), do RC-“nunca” associado ao valor numérico(0) e do RC/I-“vivia com dores” associado ao valor numérico (5)
Vemos na figura acima, a variação da freqüência da manifestação da dor lombar entre o início, o final do processo, e da a percepção desta freqüência ao término do processo, referindo-se ao início deste, segundo os protocolos NAPER.
Ao referir-se ao estado emocional inicial ao término deste(RC/I), afirmou que este era “regular”(3).
figura 3- representa o estado emocional no momento da EI, do RC e do RC/I ao referir-se ao emocional inicial.
ótimo=5, bem=4, regular-3, ruim=2, péssimo=1
A variação do estado emocional segundo os protocolos NAPER são evidenciadas na figura acima.
No decorrer do processo, nas medições de intensidade da dor lombar através da E.V.A o sujeito atribui o valor, 7 (sete) antes do início das intervenções na SE1 , o valor 5(cinco) no início da SE4 e 0(zero) no início da SE8 e SE10 e após a S15, figura 4 – o gráfico mostra a variação da intensidade da dor lombar no decorrer do processo de Rolfing®, obtidos através da E.V.A. valores descendentes ao longo do processo como indica o gráfico.
As respostas referentes a freqüência da manifestação da dor lombar no decorrer das sessões diante das questões, “Sentiu dor lombar no período entre as sessões?” e “Com que frequência?” , foram : Antes da SE1 “quase sempre”, antes da SE4 “`as vezes” e antes da SE8, da SE10 e depois da S15, ”nunca”, figura 5- o gráfico representa a evolução da frequência de manifestação da dor lombar no decorrer do processo de Rolfing®. O valor numérico 4 está associado a resposta, quase sempre. O valor, 2 a resposta, `as vezes. E o
valor, 0 a resposta, nunca.
demonstrando queda na freqüência da manifestação da dor lombar como indica ográfico.
4.2 Qualitativos
4.2.1 O processo
M.G. esteve presente em todas as sessões pontualmente. Participou ativamente destas expressando suas sensações, emoções e duvidas, e realizou sem resistência os exercícios propostos em sessão. Ao longo do processo, passou por um quadro de conjuntivite aguda e a perda de um parente.
As sessões estruturais, de manipulação miofascial (SE), seguiram o protocolo clássico na direção do alinhamento da estrutura com a força da gravidade através de manipulações no tecido conjuntivo e foram costuradas pelas sessões de movimento,de técnicas funcionais (SM). O objetivo da estratégia do terapeuta no caso de M.G. foi cultivar e funcionalizar o suporte, o apoio dos pés, e a partir daí, ajudá-la a criar uma a referência e suporte espacial pelo despertar da força de oposição anti-gravitacional (modelo G, G’). Equilibrar os dois lados tridimensionalmente aliviando as torções (1SE,1SM, 2SE, 3SE). Instrumentalizar
0
1
2
3
4
5
M.G para encontrar a força de sustentação e de estabilização da coluna, efetivando o suporte, trabalhando na prática a coordenação dos músculos da multifidios (na coluna) e dos abdominais (transverso do abdômen) despertando o espaço visceral interno, chamado o “core”. Assim, garantir a estabilização da coluna permitindo o despertar o movimento contralateral desta, normalizando as funções de movimento
(4SE, 2SM, 5SE, 3SM, 6SE, 7SE).
O trabalho de manipulação miofascial e de técnicas funcionais, caminharam juntos construindo a repadronização neurológica, através da vivência de exercícios de coordenação funcionais e de percepção.
O objetivo foi sendo alcançado passo a passo e M.G., pouco a pouco, manifestava conectar sua nova estrutura `a novas percepções, revelando caminhar na direção de um novo equilíbrio nas percepções. O que foi sendo consolidado com as sessões finais, focadas em “ajustar” esta nova estrutura integrada e adaptá-la em seu contexto cotidiano, as suas necessidades do dia a dia (8SE, 9SE, 4SM, 10SE, 5SM).
4.2.2 A estrutura física, função e percepção
M.G. mostrou inicialmente uma estrutura física colapsada (modelo dos blocos), demonstrando cansaço, evidenciando um desalinhamento em relação ao eixo gravitacional. A cabeça anteriorizada em relação ao tórax e este por sua vez levemente posteriorizado em relação a pelve(modelo G e G’), demonstrando falta de
suporte espacial para o tronco, na bacia e pernas. Apresentava uma rotação externa do lado direito e interna do lado esquerdo. Sem orientação espacial, mantinha seu olhar esquivo voltado `a esquerda, sugerindo desequilíbrio de percepção e dificuldade de comunicação visual com a rolfista, mostrando fragilidade na interação social. Demonstrava esforço funcional ao inspirar, elevando dos ombros a cada inspiração revelando uma coordenação respiratória não funcional. Era possível traçar um vetor evidenciando uma torção desde o pé direito, que era cavo, em relação ao esquerdo, com suave inversão, até ao seu olhar `a esquerda. Toda sua perna direita e inclusive a pelve direita, estavam em rotação externa e seu peso era
maior e deslocado `a direita sugerindo uma maior extensão deste lado (modelo da linha). O ombro esquerdo, em rotação interna em relação o direito, confirmando a presença de uma torção na estrutura. As curvas lordóticas cervical e lombar eram bem acentuadas evidenciando sobrecarga na coluna (modelo dos blocos). A profundidade de sua curva lordótica lombar demonstrava ineficiência dos músculos abominais e da estabilização da coluna. Sua coluna parecia ser vítima dos desequilíbrios estruturais e funcionais do corpo como um todo.
Após o tratamento o sujeito obteve um melhor alinhamento da estrutura como um todo na gravidade (modelo da linha ,G, G’ e dos blocos), melhor equilíbrio tanto de suas torções quanto de suas curvas lordóticas, uma melhor distribuição de peso entre os dois lados, várias conseqüências decorrentes da integração estrutural e do trabalho de movimento. Percebia o apoio de seus pés no chão, tinha mais facilidade em expirar, respirava sem esforço funcional e sentia-se mais tranqüila, “como se estivesse fazendo Ioga”. Encontrou a coordenação entre multifídios e transverso do abdômen, o que contribuiu para uma melhor funcionalidade da estrutura como um todo, visíveis tanto em sua sustentação de coluna, como no caminhar. Reconheceu estar sendo capaz de fazer contato com os olhos, encontrou equilíbrio de percepção,
seus olhos estavam presentes, “enxergando mais” permitindo-a se relacionar-se não apenas com a rolfista mas com o mundo.
A dor lombar, que fora relatada na entrevista , foi se manifestando menos a cada sessão, enquanto outras diversas manifestações de dor surgiam ao longo do processo. A existência de alguma dor esteve presente como queixa no início de cada sessão desde a segunda sessão , primeira de Rolfing® movimento, até a nona
sessão, sexta de Rolfing® estrutural. A partir da nona sessão, a queixa da dor deu lugar a uma sensação de leveza e bem estar crescente até o final do processo. M.G. enfrentou a perda de uma sobrinha podendo sentir sua dor emocional na décima terceira e décima quarta sessões sem manifestar dores físicas. No decorrer do
trabalho, M.G. soube expressar o que sentia e percebia , reconhecendo novas conquistas e uma nova atitude frente a vida.
4.2.3 Depoimentos
Relatos e fatos relevantes ocorridos nas sessões:
2S,1SM
– “dores de quem fez aula de ginástica”.
– sentiu-se alegre em pousar, teve a impressão de nunca ter conseguido expirar completamente, como se sempre segurasse algo.
3S, 2SE
– dor no joelho direito
– relatou que experimentou em casa ao deitar-se, perceber-se em contato com sua coluna na cama, sentiu a coluna “soltar” podendo perceber-se
expirar.
Buscou encontrar sozinha as percepções vivenciadas na sessão anterior.
– a sessão foi dirigida ao apoio dos pés.
– estava com conjuntivite aguda e severa
4S, 2SM
– dores no corpo inteiro, sentia-se “moída”.
– dores nas pernas, especificamente no joelho direito, o sapato também a incomodava. Estava cansada e com forte inflamação nos olhos.
– a sessão foi dirigida ao apoio dos pés com a prática de exercícios funcionais, respeitando o desconforto físico geral do sujeito.
– realizada a comparação entre padrões habituais e novas possibilidades (repadronização neurológica).
5S, 3SE
– muita dor no joelho direito.
– foram realizadas manipulações no tecido conjuntivo equilibrando os dois lados. Obteve-se mais expansão vertical do lado direito, inclusive do tórax,
trazendo a possibilidade de apoio funcional deste lado desde os pés, ajudando a equilibrar a estrutura como um todo.
– final: saiu da sessão sem sentir dores.
6S, 4SE
– sentia muita dor no joelho direito.
– foram realizadas manipulações no tecido conjuntivo com intuito de
encontrar suporte para a coluna através dos pés
– estava “moída”
– final: sentiu-se mais firme, percebeu o apoio do pé no chão.
7S, 5SE
– chegou sem dores mas relatou que durante o período entre as sessões
sentiu dor no braço e a “dor do joelho mudou de lugar” no joelho.
– foram realizadas manipulações no tecido conjuntivo preparando a estrutura
para a coordenação de multifídios e transverso do abdômen, força de
estabilização da coluna.
– final: percebeu a existência de uma força de sustentação interna, sentiu-se
firme e leve.
8S, 3SM
– sentia-se bem mas, com dor no joelho
– exercícios para a funcionalização da coordenação entre multifídios e transverso do abdômen e a comparação entre padrões habituais e novas possibilidades (repadronização neurológica).
– final: saiu satisfeita e metaforicamente passou a “ter”, a perceber ao invés de um pé “num sei”, para um pé “beleza”.
– encontrou sozinha e relatou a conexão de seus olhos com seus pés
9S, 6SE
– não citou dores
– foram realizadas manipulações no tecido conjuntivo para acomodação e adaptação dos tecidos da coluna, e de toda parte posterior da estrutura física
de M.G.
10S, 7SE
– sem dor nenhuma
– foram realizadas manipulações no tecido conjuntivo para integrar a cintura escapular e cabeça aos trabalhos realizados anteriormente
– final: relatou que o processo a tornou mais tranqüila, era “como se estivesse
fazendo Ioga”.
11S, 4SM
– permanecia sem sentir dor alguma
– foram realizados exercícios de percepção para integrar os sentidos a nova estrutura. O olhar como recurso de sustentação da coluna e possibilidade de contato com o mundo. Comparação entre padrões habituais e novas possibilidades (repadronização neurológica).
12S, 8SE
– Permanecia sem dores
– foram realizadas manipulações no tecido conjuntivo visando integrar a estrutura.
– final: com os olhos livres: “enxergando mais” .
S13, 9SE
– permanecia sem dores físicas
– com dor emocional, chegou chorando por uma sobrinha em fase terminal.
– foram realizadas manipulações no tecido conjuntivo visando integrar a estrutura – ao andar percebe ação dos abdominais e leveza e fluência ao caminhar (presença de movimento contra-lateral)
– depoimento: “ No começo (do processo) não achava que seria grande coisa. Depois fui percebendo que era diferente de tudo que eu conhecia. Não era como fisio (fisioterapia), não era com ginástica… Era mais como Ioga, um jeito de se conhecer, algo mais elevado, e fui me sentindo melhor, mais leve. Me conheço melhor e posso usar esse conhecimento”.
S14, 10SE
– sem dores físicas
– com dor emocional, chorando pelo falecimento da sobrinha.
– foram realizadas manipulações no tecido conjuntivo visando integrar a estrutura.
– final: sentia-se bem, “ótima”, respirando com o olhar desperto e percebendo-se viva.
S15, 5SM
– sem dores
– sentindo-se “ curada de corpo e alma”.
CAPIÍTULO 5 ANÁLISE DE DADOS E DISCUSSÃO
Os resultados quantitativos apresentados, evidenciados nas figuras 1 e 4 demonstram que houve diminuição da intensidade da dor lombar no sujeito até o seu desaparecimento. As figuras 2 e 5, indicam que houve diminuição na freqüência da manifestação da dor lombar no decorrer das sessões até o desaparecimento desta.
Houve também melhora no estado emocional do sujeito que passou de “regular” a “ótimo” conforme mostra a figura 3. Esses resultados demonstram que houve uma melhora significativa no quadro de lombalgia crônica ao longo do processo de Rolfing®.
Ao observarmos as figuras 1,2 e 3 podemos ver que quando o sujeito referese as suas percepções anteriores de intensidade e freqüência da dor, assim como de seu estado emocional após o processo de Rolfing®, ele apresenta respostas diferentes das iniciais, o que mostra que após submeter-se a Integração Estrutural houve alteração de sua percepção sobre a dor lombar e seu estado emocional . O sujeito referiu-se `as percepções anteriores de uma maneira que aumentou, a boa sensação posterior ao processo de Rolfing®. Se antes do processo a intensidade da sua dor lombar era 8 (fig. 1) ao final a mesma dor parecia ter intensidade 10, o intervalo entre 8 e 0 muda para 0 e 10, cresce na sua percepção. O mesmo efeito
ocorre com a freqüência da dor, a qual antes, afirmou “manifestar-se com freqüência”(fig.2) e depois referiu-se a freqüência da mesma dor dizendo que “vivia com dores”, aumentando a freqüência da manifestação desta. O mesmo ocorreu com seu estado emocional, cuja percepção passou de bem, antes para regular depois(fig.3) contrastando com seu ótimo estado emocional após as intervenções.
Pode-se dizer que o sujeito potencializou sua percepção da ausência da dor lombar assim como de seu ótimo estado emocional.
Os resultados quantitativos, reforçam a análise qualitativa dos dados, apresentados ao longo do processo pela percepção do sujeito e do rolfista.
Vimos que M.G. foi recebida para o tratamento de terceiro paradigma e foi acolhida em sua totalidade e complexidade. O principio do suporte, no caso do suporte terapêutico, o permitiu ser quem era e apenas sentir dores ao invés de tê-las. A rolfista manteve o conhecimento desse diagnóstico reservado como parte de um todo, acolhendo a pessoa que queria sentir-se melhor. O objetivo para o tratamento da lombalgia crônica no sujeito era a integração estrutural na gravidade através do método Rolfing®.
Constatamos que o sujeito obteve um melhor alinhamento estrutural na gravidade, uma melhor organização no espaço tridimensional, o que trouxe várias conseqüências estruturais como, equilíbrio, eixo, suporte e orientação espacial.
Simultaneamente teve ganhos funcionais, conseguiu estabilizar a coluna lombar com a coordenação dos multifídios e transverso do abdômen permitindo que a força da gravidade fosse transferida através da região lombar para a pelve e para ambas as pernas, através de uma tensão integrada o que segundo Lee , é o que nos torna capaz de resistir saudavelmente `a gravidade (2010). Conquistou um caminhar mais fluido e coordenado, permitindo-a sentir-se “mais firme e leve”, sintomas de economia funcional. Essa estabilização da coluna lombar, que como sabemos, ocorre graças a estabilização de várias áreas ao mesmo tempo, (Newton, 2004) proporcionou também a organização da coluna cervical. M.G. encontrou nessa nova
estrutura a possibilidade de ter uma direção, uma frente. O reposicionamento da cabeça, alinhada ao tórax, lhe permitiu sustentar o olhar, criando, uma conexão com o mundo externo, manifestando equilíbrio de percepção. M.G. percebeu-se com os “olhos livres e enxergando mais”, a possibilidade de interação visual, um novo canal de contato social manifestou-se.
Todas essas conquistas fizeram parte do processo da integração estrutural de M.G. que, ao mesmo tempo entrou em contato com sua dimensão psicológica, através da manifestação, percepção e elaboração de diversas dores. O fato das dores se movimentarem, conforme a integração estrutural avançava, demonstrava
que eram da estrutura como um todo, reflexos do movimento próprio da integração estrutural e não refletiam lesão tecidual. Dores articulares manifestavam necessidades de ajustes da estrutura revelando sobrecargas de peso e esforços de compensação. As dores “na carne”, na pele revelavam sua sensibilidade, seus limites e dores emocionas, evidenciavam as conexões próprias do circulo do ser, que vê de forma integrada os aspectos mental, espiritual, emocional e físico (Caspari; Zorn, 2003). M.G. passou a ter consciência da dor, permitindo-se entrar em contato com elas, podendo reconhecê-las e enfim tratá-las, transformando-as.
Com consciência, o sujeito reaprendeu os movimentos cotidianos, fez a repadronização neurológica, reconheceu e diferenciou padrões de movimento habituais de novos, criando recursos próprios adaptando-se ao seu novo alinhamento estrutural. O quadro de lombalgia crônica inicial do sujeito, manifestado
pela dor intensa e freqüente e pelo desejo de mudança, a insatisfação consigo que de certo modo não pôde ser expressa inicialmente de forma clara, foi se transformando a medida que ele encontrava suporte físico, funcional e emocional. O sujeito pôde elaborar suas dores entrando em contato elas em seu corpo, as quais
se transformavam a cada passo na direção de sua integração estrutural. M.G. experimentou mudanças de todos os seus parâmetros na relação consigo mesmo, o que segundo Prado é a expressão do ser psicobiológico (2006).
A discussão apresenta a questão do ser psicobiólogico. Onde ao integrar a estrutura física na gravidade, através da manipulação no tecido conjuntivo, o rolfista, conectado e atento aos aspectos funcionais e emocionais, trabalhados através da funcionalização do movimento, da repadronização neurológica e do equilíbrio da percepção no sujeito, possibilita a manifestação do ser integrado, onde o alinhamento estrutural com a gravidade, a economia funcional e o bem estar coexistem.
CAPÍTULO 6 CONCLUSÃO
A hipótese inicial foi que, se a lombalgia crônica tivesse origem no desequilíbrio da coluna, o Rolfing® que atua na integração do ser na força da gravidade e organiza a estrutura no espaço tridimensional, seria um método eficiente como tratamento para pacientes com lombalgia crônica, com diminuição da dor em
intensidade e freqüência.
O sujeito da pesquisa apresentou o quadro complexo da lombalgia crônica, com desequilíbrio funcional da coluna, dores e adaptações neurológicas a elas, incluindo fatores de ansiedade emocional, expressos em seus depoimentos, quadro típico de lombalgia crônica em idosos, segundo Gordon(1995). O sujeito foi recebido
para um tratamento holístico, de Integração Estrutural, e acolhido em sua totalidade e complexidade. Teve bastante disposição para o tratamento, estando aberto a transformações, presente e ativo nas sessões, mostrando-se comprometido com seu processo.
Sabemos que método Rolfing® trabalha no terceiro paradigma e que portanto não está focado na cura da patologia e sim na integração do ser na gravidade, que inclui em seu processo a busca da sustentação e o equilíbrio da coluna. Como afirmou Lee, para que nossa coluna possa fluir com a gravidade em um equilíbrio funcional, próprio de uma coluna saudável, é necessário que nossa estrutura funcione numa tensão integrada, (2010). Newton acrescentou a importância da nossa orientação espacial na função de estabilização da coluna e do equilíbrio de todo o corpo na gravidade, incluindo neste equilíbrio nosso senso proprioceptivo (2004). Essas questões fooram trabalhadas no sujeito no desenrolar das sessões.
Estruturalmente pela manipulação do tecido conjuntivo e funcionalmente nas sessões de Rolfing ® Movimento, que atuou também na transformação da adaptação psicológica e neurológica criadas para se conviver com a dor. Apesar da dificuldade inicial do sujeito entrar em contato com sua dor lombar, pôde ao permitir a manifestação de diversas outras dores, realizar a elaboração emocional presente em seu processo de integração estrutural.
O processo ocorrido indica que o equilíbrio funcional e a estabilização da coluna puderam acontecer junto `a integração estrutural na gravidade, com a coordenação necessária entre os mutifídios e transverso do abdômen(Lee,2010). Através deste movimento, novos padrões neurológicos foram construídos com os
exercícios de percepção e de coordenação integrando-se `a nova estrutura tridimensional, agora mais próxima do alinhamento na gravidade e mais funcional.
Evidenciou-se a importância da manifestação do aspecto psicbiológico no processo de integração do ser. Como fruto dessa integração, ocorreu uma significativa melhora de qualidade de vida expressa pelo sujeito, comprovada pelo seu depoimento no final do tratamento e pelos valores nulos nas escalas E.V.A. e da
escala de medição da intensidade da dor NAPER . Foi possível verificar que neste estudo de caso, o Rolfing® foi eficiente no tratamento da lombalgia crônica em idoso.
Para que possamos considerar o Rolfing, uma método eficiente e como opção de tratamento `a lombalgia crônica em idosos, seria necessário a reprodução do processo de tratamento em outros casos com o mesmo diagnostico e a obtenção de resultados similares.
Sendo o método de Rolfing® eficiente para estas condições , o grande aporte que trás para a ciência é ser considerado mais uma opção no tratamento de lombalgia crônica focado na melhora da qualidade de vida do sujeito.
REFERÊNCIAS
ADAMS, M. A; DOLAN, P; Spynal disfunction and pain: recent advanceds in basic science. In: INTERDICIOLINARY WORLD CONGRESS ON LOW BACK & PELVIC PAIN, 4th, 2001. Montreal, Advances in biomechanics: stress concntration and tissue damage.
Disponível em: http://www.kalindra.com/adams_montreal.pdf BIENFAIT,M. Fáscias e pompages: estudo de tratamento do esqueleto fibroso. trad. Santos, A.- São Paulo:Summus, 1999, p.15-21
BRAVIM, F. Dor crônica. Disponível em <http://drfranciscobravim.site.med.br/index.asp?PageName=Dor-20Cr-F4nica>, acesso em 3 fev 2011
CASPARI, M; ZORN, A. Além da receita.Rolfing Brasil. São Paulo: v4, n.11, 2003, p. 9-14
COSTA,F. L.; FONSECA, G.C.S.; FERRÃO,Y.A.;ZYLBERSZTEJN,S. Avaliação fisioterápica da lombalgia crônica orgânica e não orgânica. Coluna, v7,n3, 2008, p191-200
DI GIORGI, M.E.A.G, Vita- São Paulo: Pax & Spes, 2004, p.80
DRAUZIO, V. DOR crônica. Disponível em, 4http://www.drauziovarella.com.br/ExibirConteudo/447/dor-cronica> Acesso em 17 set. 2010.
GIL, A.C. Estudo de caso- São Paulo: Atlas, 2009
GORDON, P. Interdiciplinary relationships in the treatment of chronic back pain, Rolf Lines, [S.L.], v.23, 1995, p. 44-45
GOZZNI,J.L. Fisiopatologia da dor. In: Cavalcanti IL. Dor. Rio de Janeiro- Brasil: SAERJ, 2003, p. 13-35
LEE, D. Undestanding your back pain. Disponível em, 4http://dianelee.ca/articles/articles.php#back> Acesso em 07 dez. 2010
LORDELO,S.R.M. apud. CARVALHO, M.M.M.J.Dor: um estudo multidiciplinar.São Paulo:Summus,1999, p. 299
MAITLAND, J; COTTINGHAM, J.T.!!A three-paradigm treatment model using soft tissue mobilization and guided movement-awareness techniques for a patient, Other Publications, [S.L.], v.26,1997 , p.155-167
MAITLAND,J; SULTAN,J. Definitions and principles of Rolfing. Rolf Lines, [S.L.], v.20, 1992, p.16-20 $&
MATTOLI, P. Treinamento de Rolfing® unidade 2- 2009 módulo 1, p.1-61. Apostila-Associação Brasileira de Rolfing®,São Paulo,2009
MElZAK,R; WALL,P. The challenge of pain. England, New York: Basic Book, 1976, p. 171-172
MERLINO, M. L. O rolfing e a conquista do chão: a metáfora como instrumento de transformação.Rolfing Brasil. São Paulo: v.6, n.17, 2005, p. 7-11
MILAN, M. The induction of pain: An integrative review. Prog Neurobiol ,1999, n 57, p 1-164
MORENO, J.R. A Teoria moderna da dor e suas conseqüências práticas. Prática hospitalar, São Paulo, n 35, 2004
MYERS, T. W. Trilhos anatômicos: meridianos miofasciais para terapeutas manuais e do movimento. trad. Liberti, E. A. – Barueri, São Paulo: Manole, 2001, p.3
NESTVOGEL, C. M. A. Reframing pain: the neural basis of life´s ups and downs. Disponível em,<http://www.somatics.de/ > Acesso em 01 fev. 2011
NEWTON,A, Estabilização do core, coordenação do core , trad. Ciampolini, H. Rolfing Brasil, [S.L.], v.5, n.14, 2004, p.7-15
PRADO, P.O. História do Rolf Institute, Rolfing Brasil, [S.L],v. 5,n.13, 2004,p.19-22
PRADO, P. O. Estudo exploratório da dimensão psicobiológica do método Rolfing e integração estrutural: criação , desenvolvimento e avaliação de questionários. 2006, 383 f.Tese (Doutorado em psicologia) –Faculdade de Psicologia, PUC, São Paulo, 2006, p 426-
435
RHAMAM W, et al. Pains, brains, and spinal gains: facilitatory mechanisms underlying
alteraded pain states. Pain Medicine and Palliative Care , 2003, v 2, n3, p 82-9
ROLF,I.P.apud. FEITIS, R. (Org). Ida Rolf fala: sobre Rolfing e a realidade física. trad.
Netto, M.S.M. 2.ed – São Paulo: Summus, 1986 – p.13-18
ROLF, I.P. Rolfing:A integração das estruturas humanas. Trad. Michael, M.P. 2.ed -São Paulo: Martins Fontes,1999, p.15-22
SCHWIND, P. Structural integration. In: STILLERMAN, E.,Org, Modalities for Massage and Bodywork. Saint Louis, MO: Mosby Publications, 2008, p. 329-347.
SIQUEIRA, T.C.B., Psicologia humanista. Disponível em <http://www.google.com.br/#hl=ptBR&biw=1490&bih=901&q=psicologia+humanista+resumo&aq=8&aqi=g10&aql=&oq=psicologia+humanista+&fp=a3057b68dae92b4> Acesso em 01 fev. 2011
ANEXOS
ANEXO A – Entrevista Inicial – NAPER
Entrevista Inicial – NAPER
Data: _________________________________ Rolfista: ___________________________________________________
PARTE I
PODE SER PREENCHIDO PELO CLIENTE
Nome: ___________________________________________________________________________________________
Endereço ________________________________________________________________ nº______________ ap _____
Bairro: ____________________________________________ CEP: _________________________________________
Cidade/estado: ____________________________________________________________________________________
Tel: ______________________________ cel: _______________________ tel com: ___________________________
e-mail: ___________________________________________________________________________________________
1 – Sexo (01) masculino (02) feminino
2 – Data de nascimento: ____________________ idade: __________________
3 – Local de nascimento: ___________________________________________
4 – Estado civil: (01) solteiro (02) casado/juntado (03) separado (04) viúvo (05) divorciado
5 – Tem filhos? (01) sim (02) não
6 – (Se sim) quantos? __________
7 – Formação escolar:
(01) analfabeto (02) pré-escola (03) 1o grau incompleto
(04) 1o grau completo (05) 2o grau incompleto (06) 2o grau completo
(07) universitário incompleto (08) universitário completo (09) pós graduação
$(
8 – Profissão: ______________________________________________________________________________________
9 – Categoria profissional: (01) Assalariado (02) Profissional liberal (03) Estudante (04) Do lar
(05) Aposentado (06) Desempregado
10 – Tem religião? (01) Sim (02) Não religião, sim espiritualidade (03) Não, ateu
(99) Não investigado
11- (se sim) Qual? (01) Católico (02)Evangélico (03)Espírita
(04)Judeu (05) Muçulmano (06) Protestante
(07) Afro Brasileiro (08) Outras
12- (SE SIM) É PRATICANTE? (01) Sim (02) Não
13 – Como você ficou sabendo sobre o método Rolfing®?
(01) Cliente do NAPER
(02) Rolfista
(03) Cliente de Rolfing
(04) Outros profissionais – especifique: ____________________________
(05) Mídia – especifique qual: ____________________________________
(06) Internet
(07) Livros/Bibliografia
(08) Outras formas – especifique: _________________________________
14 – Quando foi a primeira vez que você ouviu falar sobre Rolfing? (data) _______________________
15 – Como ficou sabendo do Naper?
(01) Cliente do NAPER
(02) Rolfista
(03) Cliente de Rolfing
(04) Outros profissionais – especifique: ____________________________
(05) Mídia – especifique qual: ____________________________________
(06) Internet
(07) Outras formas – especifique: _________________________________
16 – Já passou pelo processo anteriormente? (01) sim (02) não
17- Se sim, com quem?_____________________________________________
18 – Quantas sessões de Rolfing você fez? _____________________________
PARTE II
PARA SER PREENCHIDO PELO ROLFISTA
19 – Por que você está procurando o Rolfing®?
FÍSICAS: (01) Estruturais (02) Funcionais
PSICOBIOLÓGICAS: (03) Emocional (04) Cultural (visão de mundo)
(05) Espiritual (06) Energética
OUTRAS: (07) Interesse pela técnica
(08) Diversos
(09) Retorno
19 A – Por que você está procurando o Rolfing®? Escreva utilizando as palavras do cliente
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
19 B – O que você espera do processo de Rolfing?
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
20 – Como você se sente em relação ao seu corpo? ( ) 1 péssimo
( ) 2 ruim
( ) 3 regular
( ) 4 bem
( ) 5 ótimo
20 A – Comentários __________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
21 – Você tem queixa de alguma limitação física? (01) Sim (02) Não
22 – Qual (is)? __________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
22 A – Que efeitos isto tem na sua vida?
__________________________________________________________________________
22 B – Como lida com isto? ______________________________________________________________________
23- Tem dor física? (01) Sim (02) Não
DOR A
24 – Localização: __________________________________________________________________________
25 – Há quanto tempo? __________________________________________________________________________
26 – Qual a periodicidade? __________________________________________________________________________
27- Qual a intensidade? Por favor, dê uma nota, de zero a dez, para a intensidade de sua dor; sendo zero igual a
“nenhuma dor” e, dez, igual a “uma dor insuportável”:
0 ( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6 ( ) 7 ( ) 8( ) 9( ) 10( )
28 – Histórico (diagnóstico, exames, etc.) _______________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
29 – O que você já fez para tratar esta dor e quais foram os resultados obtidos? (remédios, fisioterapia,
acupuntura, RPG, massagem, etc.) ____________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
DOR B
24 – Localização: __________________________________________________________________________
25 – Há quanto tempo? __________________________________________________________________________
26 – Qual a periodicidade? __________________________________________________________________________
27- Qual a intensidade? Por favor, dê uma nota, de zero a dez, para a intensidade de sua dor:
0 ( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6 ( ) 7 ( ) 8( ) 9( ) 10( )
28 – Histórico (diagnóstico, exames, etc.) _______________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
29- O que você já fez para tratar esta dor e quais foram os resultados obtidos? (remédios, fisioterapia, RPG,
massagem, etc.) __________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
DOR C
24- Localização: __________________________________________________________________________
25- Há quanto tempo você possui esta dor? _____________________________________________________________
26- Qual a periodicidade? __________________________________________________________________________
27- Qual a intensidade? Por favor, dê uma nota, de zero a dez, para a intensidade de sua dor:
0 ( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6 ( ) 7 ( ) 8( ) 9( ) 10( )
28-Histórico (diagnóstico, exames, etc.) ________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
29- O que você já fez para tratar esta dor e quais foram os resultados obtidos? (remédios, fisioterapia, RPG,
massagem, etc.) __________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
DOR D
24 – Localização: __________________________________________________________________________
25 – Há quanto tempo você possui esta dor? _____________________________________________________________
26 – Qual a periodicidade? __________________________________________________________________________27- Qual a intensidade? Por favor, de uma nota, de zero a dez para a intensidade de sua dor
0 ( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6 ( ) 7 ( ) 8( ) 9( ) 10( )
28 – Histórico (diagnóstico, exames, etc.) _______________________________________________________________
__________________________________________________________________________
29 – O que você já fez para tratar esta dor e quais foram os resultados obtidos? (remédios, fisioterapia, RPG,
massagem, etc.) __________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
29 A – E como estas dores o afetam? (fisicamente, emocionalmente, qualidade de vida, etc.) __________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
30 – Já sofreu algum acidente? (01) Sim (02) Não
(queda, fraturas, cortes, imobilizações? ___________ Quando? ____________________________________
30 A – Alguma conseqüência física ou emocional ? __________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
31- Já passou por alguma cirurgia? (01) Sim (02) Não
32- De quê? __________________________________________________________________________
33 – Quando? __________________________________________________________________________
31 A – Como foi esta experiência do ponto de vista físico e emocional? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
34 – Já fez cirurgia plástica? (01) Sim (02) Não
35 – De que tipo? __________________________________________________________________________
36 – Quando? __________________________________________________________________________
34 A – O que o levou a fazê-la? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
37- Atualmente, você está submetendo-se a algum tipo de tratamento? (01) Sim (02) Não
38- Qual(is)?(cabe especificar se é tratamento médico ou alternativo/complementar) ______________________________________________________________________________________________________________________________
39- Está tomando algum tipo de medicamento? (01) Sim (02) Não
40- Qual (is)?__________________ (01) Alopático (02) Homeopático/Alternativo
41- Para quê? __________________________________________________________________________
42- Por quem foi prescrito? __________________________________________________________________________
Investigação Geral no que se refere a aspectos de saúde física e emocional:
43- Você tem doença que acha importante relatar? (01) Sim (02) Não
Especificar
(a)- sistema respiratório
(b) sistema vascular
(c)- sistema imunológico
(d)- sistema ósteo-esquelético
(e)- sistema digestivo
(f)- sistema neurológico
(g)- emocional
44- Você teve alguma outra doença que acha importante relatar ? ____________________________________________
44 A – E como você é afetado por elas ? Física, ou emocionalmente? _____________________________________
_________________________________________________________________________________________________
45 – Do ponto de vista emocional, como você se sente? ( ) 1 péssimo
( ) 2 ruim
( ) 3 regular
( ) 4 bem
( ) 5 ótimo
45 A – Comentários ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
45 B – E como sente isto no seu corpo ? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
46 – Atualmente, você está fazendo Psicoterapia? (01) Sim (02) Não
47- Há quanto tempo? __________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
48 – Você já fez psicoterapia? (01) Sim (02) Não
49 – Por quanto tempo? __________________________________________________________________________
50 – Você usa medicamento psicotrópico? (01) Sim (02) Não
(ansiolíticos, antidepressivos, remédios para dormir, neuroléptico, anticonvulsivante)?
Qual(is)? __________________________________________________________________________
51 – Seu terapeuta sabe que está procurando Rolfing? (01) Sim (02) Não
56 -Tem vida sexual ativa? (01) Sim (02) Não (99) Não Investigado
57- Alguma coisa a mais que você gostaria de comentar sobre esse assunto agora? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
58 – Faz alguma atividade física? (01) Sim (02) Não
59 – Qual (is)? ____________________________________________________________________________________
60 – Com que regularidade? __________________________________________________________________________
61- Quais são suas atividades favoritas de lazer? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________
62 – Como usa seu corpo no cotidiano? ________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
63 – Que recursos você tem para se equilibrar física ou emocionalmente, quando necessário? _____________________
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
64 – Algo mais que considera importante relatar? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ANEXO B – Relatório do Cliente- NAPER
Relatório do Cliente – NAPER
Data: __________________________ Nome do rolfista: ___________________________________________________
Nome do cliente: __________________________________________________________________________
ENTREGAR RELATÓRIO PARA CLIENTE PREENCHER AO FINAL DO PROCESSO
1 – Quais eram os seus objetivos no início do processo? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2- Você atingiu seus objetivos ? ( ) sim ( ) não ( ) parcialmente
2A – Comentários: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________3 – Como foi o processo para você?( ) 1 péssimo
( ) 2 ruim
( ) 3 regular
( ) 4 bem
( ) 5 ótimo
3 A – Comentários (ponto de vista físico, emocional ou outros aspectos): ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
3 B – Que mudanças você percebe? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4 – Você acha que o Rolfing® ajudou você em outros aspectos de sua vida e de sua pessoa alem dos objetivos
que você tinha ? ( ) sim ( ) não
4 A – Comentários: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5 – Como você se sentia emocionalmente após o processo de Rolfing?
( ) 1 péssimo
( ) 2 mal
( ) 3 regula
( ) 4 bem
( ) 5 ótimo
Como você se sentia emocionalmente antes do processo de Rolfing?
( ) 1 péssimo
( ) 2 mal
( ) 3 regular
( ) 4 bem
( ) 5 ótimo
5 A – Comentários: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Se você tinha/tem dor física, por favor, responda, para cada local de dor:
• Por favor, seguir a ordem mencionada na Entrevista Inicial.
• Se mencionou alguma dor que acabou, por favor, coloque-a também.
• Se apareceu alguma dor diferente, por favor, assinale o fato.
• Por favor, dê uma nota, de zero a dez, para a intensidade de sua dor, sendo zero igual a “nenhuma dor”, e
dez, igual a “uma dor insuportável”.
DOR A
7- Local da dor: __________________________________________________________________________
8 – Qual a periodicidade atual desta dor, após o processo de Rolfing?
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6 ( ) 7 ( ) 8( ) 9( ) 10( )
Qual era a periodicidade desta dor antes do processo de Rolfing?
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6 ( ) 7 ( ) 8( ) 9( ) 10( )
9 – Qual é a Intensidade desta dor, após o processo de Rolfing?
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6 ( ) 7 ( ) 8( ) 9( ) 10( )
Qual a intensidade desta dor, após o processo de Rolfing?
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6 ( ) 7 ( ) 8( ) 9( ) 10( )
DOR B
7- Local da dor: __________________________________________________________________________
8 – Qual a periodicidade atual desta dor, após o processo de Rolfing?
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6 ( ) 7 ( ) 8( ) 9( ) 10( )
Qual era a periodicidade desta dor, antes do processo de Rolfing?
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6 ( ) 7 ( ) 8( ) 9( ) 10( )
9 – Qual é a Intensidade desta dor, após o processo de Rolfing?
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6 ( ) 7 ( ) 8( ) 9( ) 10( )
Qual a intensidade desta dor, após o processo de Rolfing?
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6 ( ) 7 ( ) 8( ) 9( ) 10( )
DOR C
7- Local da dor: __________________________________________________________________________
8 – Qual a periodicidade atual desta dor, após o processo de Rolfing?
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6 ( ) 7 ( ) 8( ) 9( ) 10( )
Qual era a periodicidade desta dor, antes do processo de Rolfing?
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6 ( ) 7 ( ) 8( ) 9( ) 10( )
9 – Qual é a intensidade desta dor, após o processo de Rolfing?
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6 ( ) 7 ( ) 8( ) 9( ) 10( )
Qual a intensidade desta dor, após o processo de Rolfing?
0( ) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6 ( ) 7 ( ) 8( ) 9( ) 10( )
10 – Você tem algum comentário a fazer? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
10 A – Como isto afetou sua vida física e emocionalmente? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
10 B – Que recursos você tem atualmente para lidar com suas dores ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
11- Como foi trabalhar com seu Rolfista? ( ) 1 péssimo
( ) 2 ruim
( ) 3 regular
( ) 4 bem
( ) 5 ótimo
11 A – Comentários ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
12 – Como foi ser atendido no NAPER? ( ) 1 péssimo
( ) 2 ruim
( ) 3 regular
( ) 4 bem
( ) 5 ótimo
12 A – Você tem algum comentário ou sugestão para melhorar este atendimento? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
13 – Como foi ser atendido numa situação grupal? ( ) 1 péssimo
( ) 2 ruim
( ) 3 regular
( ) 4 bem
( ) 5 ótimo
13 A – Comentários ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
14 – Como você falaria do Rolfing® para outra pessoa? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
15 – Algum outro comentário que gostaria de fazer ? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
ANEXO C – Escala Visual Analógica
ESCALA VISUAL ANALÓGICA – EVA
A Escala Visual Analógica – EVA consiste em auxiliar na aferição da intensidade da dor no paciente, é um
instrumento importante para verificarmos a evolução do paciente durante o tratamento e mesmo a cada
atendimento, de maneira mais fidedigna. Também é útil para podermos analisar se o tratamento está sendo
efetivo, quais procedimentos têm surtido melhores resultados, assim como se há alguma deficiência no
tratamento, de acordo com o grau de melhora ou piora da dor.
A EVA pode ser utilizada no início e no final de cada atendimento, registrando o resultado sempre na evolução.
Para utilizar a EVA o atendente deve questionar o paciente quanto ao seu grau de dor sendo que 0 significa
ausência total de dor e 10 o nível de dor máxima suportável pelo paciente.
Dicas sobre como interrogar o paciente:
• Você tem dor?
• Como você classifica sua dor? (deixe ele falar livremente, faça observações na pasta sobre o que ele
falar)
Questione-o:
a) Se não tiver dor, a classificação é zero.
b) Se a dor for moderada, seu nível de referência é cinco.
c) Se for intensa, seu nível de referência é dez.
ANEXO D – Memorando de Aprovação
As you register, you allow [email protected] to send you emails with information
The language of this site is in English, but you can navigate through the pages using the Google Translate. Just select the flag of the language you want to browse. Automatic translation may contain errors, so if you prefer, go back to the original language, English.
Developed with by Empreiteira Digital
To have full access to the content of this article you need to be registered on the site. Sign up or Register.