Pensando no nosso ultimo encontro anual de Rolfistas,na apresentação do trabalho de Raquel, que muito apreciei, fiquei querendo dar uma contribuição sobre a questão da exarcebação do narcisismo pelo Rolfing, ponto levantado por uma psicanalista que é professora de Raquel como aspecto negativo do Rolfing.
Sendo este um assunto próximo à minha formação anterior, trabalho que venho fazendo ao longo desses últimos 20 anos, me arrisco a dar alguns conceitos que norteiam esse trabalho ,assim como minha visão da questão, o que talvez possam levar uma luz diferente ao colocado acima.
Temos definições de narcisismo primário como um estado precoce em que a criança investe toda a libido em si mesmo. E narcisismo secundário como um retorno ao ego da libido retirada de seus investimentos objetais ? objetais aqui considerando os nossos relacionamentos com as pessoascoisas que nos rodeiam.
Na psicanálise falamos narcisismo em referencia ao mito Narciso, amor que se tem pela imagem de si mesmo. Freud designou este termo a primeira vez se referindo às perversões – quando o individuo toma como objeto sexual seu próprio corpo, o beija, contempla com agrado etc. Depois introduz o termo narcisismo em um artigo ( ?Para introdução do narcisismo?) considerando particularmente os investimentos libidinais.É neste sentido que considero , foi empregado o termo narcisismoaí nos deteremos um pouco ..
No luto nas psicoses narcísicas o indíviduo faz o movimento de retirar todo o investimento (libido) das suas relações com o mundo exterior.(pessoascoisas ) .Há total falta de interesse pelo mundo exterior. O vínculo com a realidade está cindidoas tentativas de o recompor se manifestam atraves das construções delirantes, que são tentativas secundárias de restaurar o laço com o mundo exterior.
Nos casos de psicose o individuo parece ter retirado realmente sua libido* das pessoasdas coisas sem substituí-los por outras em sua fantasia. Essa atitude produz a perda de contato com a realidade.
Nas neuroses há também às vezes um desinteresse pelo mundo, mas de alguma forma esse interesse se conserva nas fantasias do individuo, ou seja, ele substitue o interesse pelos objetos reais interessando-se por objetos imaginários.
Em outros casos mais corriqueiros, quando alguém está sofrendo dores físicas constantesintensas, também pode perder o interesse pelo mundo que o circunda.
Um intenso egoísmo nos protege contra as enfermidades, porem ao fimao cabo temos que começar a amar para não adoecermosadoecemos quando uma frustração nos impede de amar.
Em meus estudos de Rolfing, principalmente trabalhando para uma melhor percepçãocoordenação do meu cliente, vejo que um dos objetivos desse trabalho é fazer com que o cliente se relacione melhor com as pessoascoisas que o cercam. Para isso precisa se conectar melhor consigo próprio.
Lembrando o ciclo do ser vemos como o social esta destacado junto com o físico, mental, emocionalespiritual.
Pensando todas essas coisas considero inconsistente aquela afirmação da professora psicanalista que o Rolfing reforça o narcisismo, pois estamos no nosso trabalho sempre promovendo um melhor relacionamento do nosso cliente com as pessoascoisas que o rodeiam, ou seja, trabalhando contra o narcisismo.
*Jung designa libido como “energia psíquica” em geral, presente em tudo o que é “tendência para”, “appetitus”
Referências:
-Dicionário de Psicanálise – J. Laplanche – B. Pontalis
-Supervisões de Mônica Caspari no Naper
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